#6 — Sobre a imagem da Mulher Maravilha e a sexualização de heroínas

Ana Flávia
2 min readJan 7, 2021

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Para a última postagem referente à disciplina de Discurso Literário: Criação, Edição e Consumo, ministrada pela professora Luciana Salazar Salgado, nos foi proposto que escrevêssemos sobre a proposta de reedição de algum colega à nossa escolha. Sendo assim, escolhi a proposta da Isabela Simões Vertoni, cujas sugestões de reedição são a respeito da sexualização das heroínas na cultura pop, mais precisamente da 3ª edição da HQ da Mulher Maravilha, lançada em 1987.

Sabemos que o machismo em mulheres representadas por homens e para homens está presente há muito tempo. É muito comum notar em jogos, revistas, quadrinhos, etc que as mulheres são ilustradas com roupas geralmente muito justas e curtas, em poses consideradas “sexys”, enquanto os homens geralmente são representados trajando roupas que cobrem muito mais seus corpos e sem posarem de modo sensual.

Levando em conta esses fatos, Isabela pontua em seu vídeo suas propostas:

  1. A arma da Mulher Maravilha, o laço da verdade, possui ligação com o fetiche chamado bondage, no qual consiste em que pessoas sintam prazer sexual ao serem amarradas. Isabela propõe que o laço da verdade seja extinto, afirmando que a personagem deve possuir um preparo físico que a possibilite capturar os seus inimigos com sua força física.
  2. O maiô sem alças que a Mulher Maravilha usa deve ser substituído por roupas mais compridas, confortáveis, leves e que não comprometam sua agilidade, além de protegê-la melhor.
  3. A imagem que se tem desde a criação da Mulher Maravilha de que, apesar de ser uma super heroína, ela resolver as coisas com amor “por ser mulher” (palavras de seu próprio criador) deve ser repensada, já que isso reafirma a visão de que mulheres devem ser meigas, delicadas e amorosas, mesmo quando estão combatendo criminosos.

Resolvi escolher a proposta de Isabela porque concordo com seus posicionamentos e creio que atos como esse nos ajude a desconstruir pouco a pouco o machismo que já está tão presente e enraizado em nossa sociedade, de forma que possamos caminhar rumo a uma realidade mais equalizada entre homens e mulheres.

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